A acessibilidade é a chave para um mundo mais inclusivo. Pensando nisso, a AEAC (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel), realizou uma imersão sobre acessibilidade e inclusão. O curso teve como foco a prática e soluções para a promoção de ambientes mais inclusivos e funcionais para todos. A programação teve ainda a Oficina de Libras: conecte-se de forma única.
Para a presidente da AEAC, engenheira civil, arquiteta e urbanista, Georgia Palacio, o primeiro curso de libras para arquitetos e engenheiros superou todas as expectativas. “A partir desse curso, teremos outros também com intérprete, buscando atender todos os profissionais da área que precisam do acesso facilitado ao conhecimento e também para serem inseridos na sociedade, por meio da inclusão”.
A arquiteta e urbanista Carolina Kaiser Fregieri abordou a acessibilidade de desenho universal. “Começamos mostrando o que é a acessibilidade, quem é a pessoa com deficiência e a pessoa com mobilidade reduzida, quais os grupos são atendidos por esse tema, porque muita gente acha que acessibilidade serve somente para pessoas em cadeira de rodas, mas esse universo é muito mais amplo”.
Carolina apresentou ainda a diferenciação entre acessibilidade e o desenho universal. A acessibilidade é notabilizada primeiramente como uma adaptação ou adequação de algo que já existe e o desenho universal é pensar nessa questão desde a concepção do projeto. Em seguida, os participantes conheceram como é aplicada a acessibilidade arquitetônica, atendendo as normas e as leis. Carolina teceu elogios à turma. “Todos estavam engajados e dispostos a enriquecer o saber e utilizamos o momento para desmistificar alguns conceitos”.
A Oficina de Libras ficou a cargo dos integrantes do grupo Acessibilidade por Aí, com Edgar da Silva Junior, Vitória Almeida Romani e Graziela Cantelle de Pinho, com apoio de dois arquitetos surdos: Débora Marques e Willian Ferreira Rodrigues.
A abordagem iniciou sobre a questão do surdo, da comunicação e da língua de sinais. O ponto reflexivo era saber: será que as pessoas é que precisam se adaptar aos surdos ou é o contrário? A comunicação não é uma barreira intransponível. “Existem várias formas de se comunicar, e uma delas, é a língua de sinais”, aponta Edgar.
Uma das partes mais dinâmicas envolveu o momento em que os profissionais tinham que explicar o projeto utilizando a língua de sinais. E no fim, o resultado surpreendeu. As noções foram repassadas aos participantes pelos dois profissionais surdos convidados a dar suporte ao curso.
Entre os participantes do curso de Acessibilidade estava a arquiteta e urbanista Danielle Sousa Maciel. Ela achou o curso incrível e muito do que aprendeu na AEAC ainda não tinha tido contato, nem mesmo na faculdade. “A acessibilidade me cativou e vou me dedicar mais a essa área tão importante para a sociedade”.
Willian Ferreira Rodrigues, arquiteto surdo, compartilha uma história de vida que inspira inclusão e empatia. “Nasci ouvinte. Após 4 ou 6 meses bebê, devido a uma meningite, perdi a audição e comecei a ser surdo”, relata ele, ressaltando a importância da acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva. “O curso de Libras é muito importante para que todos compreendam que é possível sim os ouvintes se comunicarem com os surdos. Por meio de ações como esta, conseguimos transformar o mundo e tornar a comunicação de fácil acesso entre todos.”
Para Willian, o objetivo principal é promover a inclusão, seja no atendimento a clientes, na interação com colegas de trabalho ou no convívio com estudantes surdos. Ele celebra a dedicação das cursistas, que se apropriaram do conhecimento e demonstraram habilidade na língua de sinais. “Foi lindo vê-las reproduzindo tudo o que ensinamos, e que possam utilizar deste conhecimento em qualquer espaço quando necessário.” O arquiteto reforça a necessidade de dar visibilidade às pessoas surdas e eliminar barreiras de comunicação, destacando que a acessibilidade é um direito e um compromisso coletivo. “Nos sentimos valorizados e honrados por participar deste momento em um curso voltado para os arquitetos”, conclui.
Fonte: Comunicação AEAC